Mayla Valenti
25 de fev de 20203 min
Atualizado: 3 de jul de 2020
Olá, tudo bem?
Quando estudamos artigos e livros de educação ambiental, muitas vezes lemos que as atividades devem ser contínuas, processuais, que envolvam o público participante desde o planejamento da atividade até a sua avaliação.
Mas quando enfrentamos a realidade, dificilmente encontramos as condições ideais para praticar todos esses processos. Em muitos contextos, as atividades pontuais com poucas horas de contato com o público são as únicas possíveis.
Mas aí fica a pergunta: seria possível realizar atividades de educação ambiental transformadoras em tão pouco tempo? O que você acha?
Por aqui nós achamos que sim! O ideal seria que sempre pudéssemos realizar processos educativos contínuos, com muitos encontros com as pessoas envolvidas. Mas se isso for inviável, não deixaremos de buscar a transformação nas ações pontuais.
Nós acreditamos que o principal aspecto que fará toda a diferença nesses casos é o cuidado com a MEDIAÇÃO. Ou seja, a forma como nós, educadoras e educadores, interagimos com o público.
O diálogo, a participação, a ética, o aprendizado pela experiência, a valorização de diferentes saberes e a diversidade são princípios que pautam uma mediação transformadora. Ela possibilita a interação entre as pessoas e proporciona experiências engajadoras, cheias de aprendizado e inesquecíveis. Mesmo que aquele momento seja curto e único.
Por isso, vamos compartilhar aqui algumas ideias que têm nos ajudado a buscar maior coerência entre a teoria e a prática da educação ambiental em nossas interações com o público. Esperamos que elas também possam ajudar você a refletir sobre a maneira como tem realizado a mediação e que possa mudar para melhor sempre que achar necessário.
- Perguntas de verdade: para incentivar a participação, fazer perguntas que você não sabe a resposta vai fazer toda a diferença para criar um clima de diálogo.
- Esperar e repercutir respostas: aguardar aquele momento de silêncio que vem após uma pergunta pode dar coragem para alguém se manifestar. As pessoas devem ter tempo para pensar. E quando vem uma resposta, é preciso valorizar e repercutir o que foi respondido.
- Compartilhar experiências: quando você conta suas próprias histórias, você se aproxima do público participante e traz uma abordagem mais integrada, transdisciplinar e real para o conteúdo apresentado.
- Cooperação no lugar de competição: jogos e brincadeiras sempre são estimulantes para o público. Mas você já parou para pensar se está incentivando a competição entre as pessoas? Analisar as atividades propostas e buscar uma forma de torná-las cooperativas ao invés de competitivas é um caminho possível e mais coerente com e educação ambiental transformadora.
- Aprender pela experiência: as pessoas aprendem com o corpo em interação com os outros elementos do mundo. Mas é preciso abrir espaço para essa experiência. Não é necessário nem conveniente que você fale o tempo todo em uma ação educativa. Momentos reservados para o silêncio, a observação ou a meditação podem ajudar nesse processo.
- Uso dos sentidos: atividades simples que valorizam todos os sentidos para percebermos o mundo trazem momentos de aprendizagem menos racionais para a prática educativa. Diferentes texturas, cheiros, sons, cores e sabores ajudam a trabalhar com os valores mais íntimos dos seres humanos.
- Valorizar todos os saberes: quando há abertura para o diálogo, diferentes tipos de saberes surgem. É preciso considerar que há várias formas de entender a realidade e não apenas a do conhecimento científico.
- Valorizar a diversidade: a diversidade humana é uma fonte inesgotável de aprendizado. Por isso, é importante apresentar diferentes pontos de vista, vivências e histórias durante as atividades educativas.
Esperamos que essas ideias possam contribuir na sua forma de interagir com as pessoas que participam das ações de educação ambiental. Nossa proposta é que você experimente algumas delas e observe os resultados. Nós acreditamos que farão muita diferença para você realizar uma educação ambiental de qualidade e transformadora, mesmo em atividades pontuais.
Se você se interessou por este tema, que tal dar uma olhada no nosso curso online COMO?! Lá nós detalhamos cada uma destas ideias e ajudamos educadoras e educadores a colocarem a teoria em prática na educação ambiental.