Desde 2018, a acessibilidade passou a ser um princípio básico para a nossa atuação. Afinal, o acesso à educação ambiental é um direito de todas as pessoas.
Aqui na Fubá, nossa equipe tem se mobilizado para possibilitar o acesso a todas as pessoas em nossas ações educativas. Mesmo quando não sabemos ao certo qual será o público da atividade.
Em julho deste ano realizamos uma exposição sobre as ações do nosso parceiro, o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). Ela aconteceu durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Durante três meses nós planejamos o evento com muito cuidado de forma a envolver todas as pessoas. Pessoas com diferentes especificidades visitaram o nosso estande e recebemos comentários positivos de pessoas que se sentiram incluídas.
Algumas das nossas primeiras tarefas foram mapear o espaço disponível, pensar nas interações educativas, nos materiais, e na disposição de cada elemento.
Antes de organizar uma atividade como essa, podemos nos fazer algumas perguntas:
Uma pessoa de cadeira de rodas, ou com mobilidade reduzida, ou com deficiência visual conseguiria circular naquele espaço? Além de definir o local evitando escadas e pisos escorregadios por exemplo, reflita também sobre os objetos que estarão presentes. Evite tapetes e tudo o que possa provocar queda, escorregar, esbarrar, dar tontura, enroscar, bater a cabeça... Em nossa exposição, para para simular um solo com areia e uma estrada, optamos por usar lona desenhada, com largura que permitisse o giro de uma cadeira de rodas.
Os textos estão com fonte e tamanho legível? Opte por fontes sem serifas. Arial e Verdana são boas opções. Há contraste entre fonte e fundo? Preto e amarelo são bastante utilizados.
Há materiais sensoriais para enriquecimento? Possibilidade de tocar os objetos? Peças em alto e baixo relevo de pegadas de animais, um tatu-canastra e um tamanduá-bandeira taxidermizados foram alguns dos recursos disponíveis em nosso estande. Todo material podia ser tocado pelas pessoas que visitavam a exposição. Por exemplo, na segunda foto da montagem abaixo, há um rapaz com surdocegueira tateando o tamanduá taxidermizado.
As informações estão simples e objetivas? Estão associadas a imagens de fácil compreensão? Um exemplo da nossa exposição é o cartão comparativo de diferentes espécies de tatu em relação ao tamanho do ser humano.
Esses foram alguns aspectos que pensamos ao prepararmos a exposição para a SBPC. Percebemos que sempre é possível melhorar a acessibilidade em uma atividade e/ou espaço, mesmo que não seja viável atingir a perfeição. Portanto, permita-se improvisar quando achar necessário e conveniente, lembrando que o importante é propiciar a melhor experiência educativa para todas as pessoas.
Ou seja, promover acessibilidade é uma busca constante. E para isso devemos estar disponíveis para realizar mudanças. Estamos aprendendo e tornando nossas atividades e comunicações mais inclusivas a cada dia. E a nossa sugestão para você nesta semana é refletir e buscar formas de tornar as suas ações educativas mais acessíveis também. Aceita o desafio?
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