Você já parou para pensar na forma como você se comunica? A comunicação ambiental é um campo de atuação profissional que engloba diferentes formas e contextos de comunicação sobre as questões ambientais. É uma ferramenta essencial para a ação ambiental. Independentemente do tema e do contexto, a maneira de comunicar interfere diretamente no potencial transformador das interações educativas.
Justamente por isso, aqui na Fubá, nós nos preocupamos muito com a forma pela qual nos comunicamos. Nós achamos que a comunicação precisa ser coerente e favorecer o diálogo. Ou seja, deve refletir os nossos valores e princípios. E isso vale para a comunicação à distância, pelas redes sociais, pelo nosso site, e-mail, etc. e também para o momento da interação educativa direta com o público.
O cuidado na comunicação pode contribuir para o aprendizado e aumentar o engajamento das pessoas nas ações de conservação do meio ambiente. E para a comunicação proporcionar aprendizado e gerar transformação é importante que seu conteúdo compreenda as três dimensões da educação ambiental: participação, valores e conhecimentos.
Além disso, o formato em que as informações são apresentadas interfere positivamente ou negativamente nos resultados obtidos. Ou seja, o uso de uma linguagem coerente, não violenta e direcionada ao diálogo viabiliza uma interação com o público de forma respeitosa, democrática e solidária e motiva as pessoas a promoverem esses valores na sociedade. Também é importante lembrar que tanto a linguagem, como as imagens usadas no processo de comunicação devem ser tão acessíveis quanto possível.
Se você está sentindo que precisa melhorar a comunicação do seu projeto ou das suas atividades educativas, nós selecionamos algumas reflexões que podem contribuir nesse processo. Elas foram publicadas no boletim da Associação Internacional de Comunicação Ambiental, escrito por Mark Meisner em 2015 (para baixar o artigo completo em inglês, clique aqui).
1- Quem está envolvido no processo de comunicação? Há algumas vozes privilegiadas e outras marginalizadas? É possível conhecer os pontos de vistas de diferentes pessoas e grupos da sociedade?
2 - Quais são os tópicos relacionados às questões ambientais que estão sendo discutidos? Por que alguns são mais enfatizados do que outros? Quais as implicações dessas escolhas? Em que aspectos são discutidos os dados científicos, os custos, os riscos, a definição dos problemas, as possibilidades de soluções, valores, responsabilidades, visão de futuro e conceitos de natureza?
3- Onde e quando a comunicação acontece? Quais são os limites e as oportunidades associadas aos diferentes contextos quando a comunicação acontece? A comunicação inclui quais tipos de mídia? Envolve a participação comunitária?
4- Como as pessoas estão comunicando? Por que elas usam certas palavras, metáforas, imagens, músicas, narrativas, etc.? Por que não usam outras palavras? Quais são as consequências dessas mensagens? Como as pessoas deveriam comunicar?
Essa discussão é fundamental para educadoras e educadores, mas também para qualquer pessoa interessada em difundir ideias em favor do meio ambiente. Isso quer dizer que as questões acima servem para processos educativos dentro e fora da sala de aula e também para as interações no cotidiano de qualquer pessoa.
Então, a nossa sugestão nesta semana é refletir sobre como você pode melhorar a sua comunicação e assim promover mais transformações a favor da conservação socioambiental.
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